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sexta-feira, 23 de maio de 2025

Éramos pelos touros

Referendo tauromáquico
Fez-se um referendo sobre as touradas - sim ou não? Os touros votaram não.

Sim, creio que se poderá afirmar, sem demasiado escândalo, que havia uma certa afición em Fafe. Uma espécie de penha taurina intermitente e inorgânica, espontânea, funcionava, digamos assim, no Peludo, café do povo, sempre que houvesse corrida na televisão, o que acontecia muito raramente e ainda a preto e branco. Gostávamos, portanto, de touradas. Éramos conhecedores, exigentes, e só nos interessavam as pegas.
As touradas eram entretém de Verão, geralmente à noite, e as nossas noites de Verão decorriam naquele bocadinho de passeio que servia de esplanada ao Peludo, na rua do Cinema e quase em frente, dois bancos corridos, de jardim, encostados à parede, e três ou quatro mesas com cadeiras a atravancarem a passagem. Estava-se bem! A tourada era lá dentro, no televisor pendurado num dos cantos da pequena sala, logo após a porta. O espectáculo começava, cortesias, cavaleiros, toureiros, matadores, bandarilheiros ou simples peões de brega, e o pessoal cá fora como se nada fosse, aquilo não interessava para nada. Porém. Tocava o cornetim a anunciar a pega, e entrávamos todos a correr para ganhar lugar e pedir mais um fino. As pegas é que nos diziam respeito. E éramos, obviamente, pelo touro. Para o nosso grupo de aficionados, uma boa pega, uma pega realmente de encher o olho, era quando o animal, sozinho, conseguia dizimar a formação de forcados inteira, um a um ou todos aos mesmo tempo, o valentão da cara, os ajudas e até o rabejador, tudo levado à frente, tudo pelos ares e, se possível, que não era, a coisa repetida depois duas ou três vezes, em câmara lenta.
Rematada a função, amiúde de cernelha, que tristeza, após três, quatro ou cinco tentativas de pega natural falhadas, tornávamos ao exterior, talvez para mais uma sessão de anedotas com o Tónio Augusto Ferreira ou para ouvirmos as mirabolâncias do Zé Manel Carriço, que aparecia de repente, parecia impossível, só tinha de atravessar a rua. E ali ficávamos no comentário e na galhofa, até à próxima gaitada.

Que Fafe também teve a sua tourada, isso já é outra história. Foi no Campo da Granja, em 1963, provavelmente por ocasião das Festas da Senhora de Antime, que é o mais certo, mas também poderá ter sido por alturas das Feiras Francas, lembro-me é que era um belo dia de sol e, agora que penso nisso com mais vagar, não faço a mínima ideia de como é possível lembrar-me. Uma tourada que terá sido a primeira organizada em terras de Fafe e que, se não me engano, foi igualmente a única, e portanto última, até hoje.O redondel não era assim tão redondo como o nome poderia indicar à partida: digamos que foi construída, com robustos troncos de madeira, uma espécie de lua cheia fanada, cortada em linha recta na zona da bancada, que era para o excelentíssimo público poder estar em cima do acontecimento. As digníssimas autoridades locais e a nossa mais distinta burguesia, orgulhosamente alapadas na bancada de cimento com tecto de chapas de zinco, quero crer que com umas discretas almofadinhas aliviando os respectivos traseiros, e o povo a pé, no meio do campo da bola, encostado às tábuas, mas seria muito pouco, meio dúzia de gatos-pingados, se tanto, e eventualmente já razoavelmente decilitrados, porque os bilhetes, mesmo os bilhetes mais baratos, eram bastante caros. Foram certamente ao engano e, diga-se em sua defesa, o calor era realmente muito e a situação deveras incómoda e eventualmente perigosa. Se naquele tempo já havia praças de toiros desmontáveis e alugáveis, não foi daquela vez que uma delas chegou a Fafe.
A tourada, segundo me lembro, e confesso que continuo sem perceber como é que me lembro, foi uma merda. Os do Peludo, especialistas encartados, nem lá pusemos os pés. Oficialmente. Quer-se dizer: mandaram-me a mim, que era puto, dar uma espreitadela, dei, e por isso é que sei do que estou a falar. Acho eu.

No tempo das feiras de gado, havia uma, valente, na Lameira, acontecimento constado ali à volta. Realizava-se todos os anos "pelos 21", isto é, no dia 21 de Agosto, ponto alto das Festas em Honra de Nossa Senhora da Saúde. Ora bem. Uma ocasião, uma vaca espantou-se não sei com quê, soltou-se do sítio onde estava a guardar e correu o arraial inteiro de uma ponta a outra a espalhar o pânico e o caos em direcção à Pica, escornando e escoiceando a torto e a direito, desfazendo tendas, barracas e ornamentações, tudo em pantanas, invadindo tascos e casas sérias, saltando para cima de carros e outros veículos mais ou menos motorizados e levando a eito aquele povo todo, aflito e tolo que não sabia aonde se havia de meter, anjinhos e mordomos incluídos. Eu, muito bem entrincheirado e de barriga cheia após merenda na Albertininha, ri-me como um perdido. Quer-se dizer: a coisa não constava do programa, mas também foi uma bonita tourada.

(Publicado no meu blogue Mistérios de Fafe)

terça-feira, 16 de janeiro de 2024

Espetadores aos milhões

"Cerca de 1,9 milhões de espetadores assistiram nos estádios aos jogos da primeira volta da I Liga de futebol, um registo que é o melhor das últimas 12 épocas, segundo dados da Liga Portuguesa de Futebol Profissional", leio no jornal O Minho, que copia a agência Lusa. Espetadores, isso, espetadores. E aos milhões. Milhões de espetadores. E a dúvida continua a perseguir-me:
Qual é a diferença entre um espetador e um espetador? Passemos do Estádio da Luz para o Campo Pequeno, a ver se eu entendo. Numa tourada, por exemplo, o que é que distingue os espetadores dos espetadores? Uns pagam bilhete e os outros fazem os touros pagá-las, é isso, não é? E espetadores de gelo: são adereços muito jeitosos para filmes de suspense ou uma audiência que não reage, por melhor ou pior que a fita seja? O que devo pensar quando leio um título de jornal que me diz que "Acidente em rali francês provoca a morte a dois espetadores"? Como morre um espetador? O que faziam dois espetadores num rali francês? E, já agora, no voyeurismo, quem é o verdadeiro espetador: o que fica a ver ou o que enfia?

segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Gambozinos e outras aves raras

A caça ao gambozino é uma excelente e pacífica alternativa por exemplo à caça ao elefante ou à montaria ao javali. Mantém-se o lado lúdico e ecuménico, o são convívio, o almocinho e a merenda, a sacramental troca de mentirolas, mas poupa-se em perigo e em munições, dando-se uma mãozinha, por outro lado, à indústria nacional da serapilheira. Como se sabe, na caça ao gambozino os caçadores não usam armas de fogo, mas sacos e chibatas, e gritam: - Piopardo ao saco!...

É verdade, a caça ao gambozino, essa espécie amiúde cinegética também conhecida como piopardo ou vai ver se estou lá fora. Eu sei bastante de caça ao gambozino porque sou de Fafe e em Fafe, no meu tempo, nem se era fafense nem se era nada se não se caçasse o gambozino. Fui, aliás, um exímio caçador, não é para me gabar. Em Fafe, depois de se caçar muito o gambozino, assim com uma certa carreira feita, já se podia mandar caçar os outros. E foi o que eu fiz. E é o que eu faço.

É preciso que se note que o gambozino, ou piopardo, depois de caçado, medido, pesado, lavado, dentes incluídos, vacinado, fotografado, etiquetado e registado, era devolvido à liberdade, com dinheiro para o táxi e direito a levar o respectivo saco de serapilheira cheio com um rico merendeiro até à próxima. Fafe era assim. Fafe é assim. Um povo compassivo e magnificente.
Discotecas à parte, onde às vezes realmente há uns tiros e coisa e tal, nada de mais natural, Fafe é uma terra livre de armas nucleares e muito amiguinha dos animais, coitadinhos. Tem concurso de beleza canina, tem chega de bois, tem corrida de cavalos a passo travado, tem largada de perdizes, tem batida à raposa, tem exposição de columbofilia, tem grilos em gaiolas, tem gaiolas propriamente ditas e impropriamente feitas, porque é pecado, e até tem montaria ao javali.
O programa da montaria é uma coisa muito bem organizada, com particular destaque para o estacionamento gratuito, olha o luxo, e para o pequeno-almoço servido na cantina da Câmara Municipal, às nove da manhã em ponto, por causa do fotógrafo, que tem um baptizado às dez menos um quarto, e o senhor presidente tem mais que fazer e mais retratos para tirar.
Como toda a gente sabe, javalis em Fafe são mato, tais como, para não irmos mais longe, ursos tintos e morsas desdentadas nos aprazíveis glaciares da Lameira, tubarões-berbequins nos mares da barragem de Queimadela, camarões-tigres na bacia do rio de Pardelhas e crocodilos insones no lago do Jardim do Calvário. Importante: determinado por edital camarário, todos os javalis devem apresentar-se à montaria obrigatoriamente vestindo colete reflector, não vá passarem desapercebidos aos caçadores de carregar pela boca. No caso das largadas de perdizes previamente tontas, só são admitidas à matança as perdizes que usem capacete e após teste do balão.

E quem cuidava que não, pois que se desengane: Fafe também foi aos touros. No Campo da Granja, em 1963, provavelmente por ocasião das Festas da Senhora de Antime, que é o mais certo, mas também poderá ter sido por alturas das Feiras Francas, lembro-me é que era um belo dia de sol e, agora que penso nisso com mais vagar, não faço a mínima ideia de como é possível lembrar-me. Uma tourada que terá sido a primeira realizada em terras de Fafe e que, se não me engano, foi igualmente a única, até hoje, com touros propriamente ditos. O redondel não era assim tão redondo como o nome poderia indicar à partida: digamos que foi construída, com robustos troncos de madeira, uma espécie de lua cheia fanada, cortada em linha recta na zona da bancada, que era para o excelentíssimo público poder estar em cima do acontecimento. As digníssimas autoridades locais e a nossa mais distinta burguesia, orgulhosamente alapadas na bancada de cimento com tecto de zinco, quero crer que com umas discretas almofadinhas aliviando os respectivos traseiros, e o povo a pé, no meio do campo da bola, encostado às tábuas, mas seria muito pouco, meio dúzia de gatos-pingados, se tanto, e eventualmente já razoavelmente decilitrados, porque os bilhetes, mesmo os bilhetes mais baratos, eram caros como o caralho. Foram certamente ao engano e, diga-se em sua defesa, o calor era realmente muito e a situação deveras incómoda e eventualmente perigosa. Se naquele tempo já havia praças de toiros desmontáveis e alugáveis, não foi daquela vez que uma delas chegou a Fafe.
A tourada, segundo me lembro, e confesso que continuo sem perceber como é que me lembro, foi uma merda. Compreendo portanto que a autarquia fafense vire as suas modernas prioridades para outras lides. Recapitulando. Para as chegas de bois, para as largadas de perdizes, para as montarias ao javali, para as exposições e concursos de beleza canina ou columbófila, para as corridas de cavalo a passo travado e de salto alto, para as batidas à raposa, que é o que nos faz falta. Um destes dias ainda tornaremos, se Deus quiser, à nossa ancestral porém nunca desmentida caça aos gambozinos, com organização camarária, estacionamento gratuito, pequeno-almoço, almoço, merenda, jantar e tudo. Tenho uma fé muito grande nos nossos conspícuos guiadores e guiadoras, quem dera que não chova, e olé!

Por outro lado. A malta mais nova se calhar não faz ideia da revolução que é ter espectáculos à borla, como acontece hoje em dia, nomeadamente nas Festas da Cidade, e só tenho a elogiar a autarquia por isso. Antigamente, e naquele tempo a pobreza era modo de vida, regra geral, em Fafe pagava-se por tudo e por nada. Só faltava andarem os fiscais da Câmara a passar bilhete, no Largo e em Cima da Arcada, a quem fosse apanhado a olhar para o fogo-preso do Jardim do Calvário...

P.S. - Desenterro mais uma vez este textinho, hoje em sentida homenagem à faraónica vacuidade política do homem a quem chamam Luís Montenegro, líder do PSD, rei do stand-up nacional e irrefutável especialista em gambozinos e pipis.

domingo, 11 de julho de 2021

Referendo tauromáquico

Fez-se um referendo sobre as touradas - sim ou não? Os touros votaram não.

P.S. - O regime de excepção para os touros de morte em Barrancos foi aprovado pela Assembleia da República no dia 11 de Julho de 2002.

Os animais não contam

Uma vez, seis pessoas ficaram feridas durante uma largada de touros em Vila Franca de Xira, contava o jornal, citando fontes da Protecção Civil. Depreende-se que os touros ficaram todos bem. 

Interlúdio fotográfico 352

Foto Hernâni Von Doellinger

Quando Fafe foi aos toiros

Campo da Granja, 1963. Uma tourada que terá sido a primeira realizada em terras de Fafe e que, se não me engano, foi a única, até hoje, com touros propriamente ditos. O redondel não era assim tão redondo como o nome poderia indicar: digamos que foi montada uma espécie de lua cheia fanada, cortada em linha recta na zona da bancada, que era para o excelentíssimo público poder estar em cima do acontecimento. Pronto. Lembram-se da bancada do Campo da Granja? Lembram-se sequer do Campo da Granja? Sabem onde era o Campo da Granja? Sabem ao menos o que era o Campo da Granja?

E era isto. Fafe também já teve a sua tourada, e consta que continua a ter, mas agora sem touros propriamente ditos. Tem políticos profissionais, oito partidos socialistas, montaria ao javali, chega de bois, corrida de cavalos a passo travado, largada de perdizes, batida à raposa, exposição de columbofilia e concurso de beleza canina. Compreendo a dramática alteração das prioridades autárquicas: a tourada de 1963 foi realmente uma merda. E olé!

P.S. - Publicado originalmente no dia 7 de Outubro de 2013. A tourada em questão deverá ter ocorrido por ocasião das Festas da Senhora de Antime, não tenho bem a certeza. Lembro-me é que era dia de sol. Mas também poderá ter sido por alturas das Feiras Francas.

quarta-feira, 30 de junho de 2021

Própria para operários, dizia o Evaristo

O São Carlos rebentando pelas costuras, o público, conhecedor, finíssimo, lisboeta ate mais não, num delírio de palmas compassadas e gritos comedidos (os chamados gritinhos): - Bravo!, bravo!, bravo!...
O touro, um Miura rondando os 650 quilos, assomou à boca de cena e agradeceu, composto e patriótico: - Gracias, muchas gracias!...

P.S. - O Teatro Nacional de São Carlos foi inaugurado no dia 30 de Junho de 1793.

domingo, 16 de maio de 2021

Quando Fafe foi aos toiros

Campo da Granja, 1963. Uma tourada que terá sido a primeira realizada em terras de Fafe e que, se não me engano, foi a única, até hoje, com touros propriamente ditos. O redondel não era assim tão redondo como o nome poderia indicar: digamos que foi montada uma espécie de lua cheia fanada, cortada em linha recta na zona da bancada, que era para o excelentíssimo público poder estar em cima do acontecimento. Pronto. Lembram-se da bancada do Campo da Granja? Lembram-se sequer do Campo da Granja? Sabem onde era o Campo da Granja? Sabem ao menos o que era o Campo da Granja?

E era isto. Fafe também já teve a sua tourada, e consta que continua a ter, mas agora sem touros propriamente ditos. Tem políticos profissionais, oito partidos socialistas, montaria ao javali, chega de bois, corrida de cavalos a passo travado, largada de perdizes, batida à raposa, exposição de columbofilia e concurso de beleza canina. Compreendo a dramática alteração das prioridades autárquicas: a tourada de 1963 foi realmente uma merda. E olé!

P.S. - A Praça de Touros do Campo Pequeno, em Lisboa, reabriu ao público no dia 16 de Maio de 2006.

segunda-feira, 29 de março de 2021

O amigo dos animais

É veterinário porque gosta muito de animais. Coelhos, perdizes, tordos, javalis e sobretudo toiros. E só lamenta que em Portugal não sejam de morte.

segunda-feira, 1 de junho de 2020

Os toureiros protestam. E o que dizem os touros?

Três cavaleiros e um antigo forcado acorrentaram-se hoje de manhã às grades do Campo Pequeno, Lisboa, em protesto contra o Governo, que ainda não autorizou a "reabertura" das touradas, diz o DN. E cá voltamos ao mesmo: e os touros o que é que têm a dizer sobre o assunto? Foram ouvidos como parte interessada? O direito ao contraditório foi respeitado e exercido em toda a sua plenitude?
Por outro lado: os três cavaleiros e o antigo forcado que se acorrentaram hoje de manhã ao portão da Praça de Touros do Campo Pequeno ainda lá estarão a estas horas? E, uma vez que acorrentados, vão por lá ficar toda a vida ou tentarão a fuga?

terça-feira, 20 de novembro de 2018

Fafe também já teve a sua tourada

Foto Hernâni Von Doellinger

Campo da Granja, 1963. Uma tourada que terá sido a primeira realizada em terras de Fafe e que, se não me engano, foi a única, até hoje, com touros propriamente ditos. O redondel não era assim tão redondo como o nome poderia indicar: digamos que foi montada uma espécie de lua cheia fanada, cortada em linha recta na zona da bancada, que era para o excelentíssimo público poder estar em cima do acontecimento. Pronto. Lembram-se da bancada do Campo da Granja? Lembram-se sequer do Campo da Granja? Sabem onde era o Campo da Granja? Sabem ao menos o que era o Campo da Granja?
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E era isto. Fafe também já teve a sua tourada, e consta que continua a ter, mas agora sem touros propriamente ditos. Tem políticos profissionais, oito partidos socialistas, montaria ao javali, chega de bois, corrida de cavalos a passo travado, largada de perdizes, batida à raposa, exposição de columbofilia e concurso de beleza canina. Compreendo a dramática alteração das prioridades autárquicas: a tourada de 1963 foi realmente uma merda. E olé!

sábado, 18 de julho de 2015

O amigo dos animais

Foto Hernâni Von Doellinger

Etelvino Ferraz da Cunha gosta muito de animais. Sobretudo de toiros. E só lamenta que em Portugal não sejam de morte.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Tourada em Fafe

Campo da Granja, 1963. Uma tourada que terá sido a primeira realizada em terras de Fafe e que, se não me engano, foi a única, até hoje, com touros. O redondel não era assim tão redondo como o próprio nome poderia indicar: digamos que foi montada uma espécie de lua cheia fanada, cortada em linha recta na zona da bancada, que era para o excelentíssimo público poder estar em cima do acontecimento. Pronto. Lembram-se da bancada do Campo da Granja? Lembram-se sequer do Campo da Granja? Sabem onde era o Campo da Granja? Sabem ao menos o que era o Campo da Granja? Ai a memória...
E era isto. Se, por causa do título e da lamentável agenda política local, pensavam que era outra coisa é porque confundem as prioridades da vida. Já agora: a tourada foi uma merda. E olé!

terça-feira, 7 de maio de 2013

Mais uma tourada em Viana do Castelo

Há dois touros à solta em Viana do Castelo. E "um deles marra", dizem as notícias. São dois-touros-dois, com mais de 500 quilos, que fugiram ontem da freguesia de Perre e vadiam pelos montes do concelho. Da última vez que foram avistados, durante a noite, os animais, de raça galega, andavam pela freguesia vizinha de Outeiro.
Mais uma tourada à revelia, nas redondezas da única cidade oficialmente antitouradas de Portugal. Só pode ser provocação. O município vianense, estou certo, não deixará de agir em conformidade.