Sou Bomba, Dezassete e Perna-de-Pau, por parte do meu pai, e sou Neques, por parte da minha mãe, com muito gosto. Já me chamaram Américo, Pobre, Padreca, Sacerdote, Profeta, Bítala, Cabeludo, Guedelhudo, Hippie, Careca, 05613478, Amélia, Caixa-de-Óculos, O das Barbas, Ó Tio Ó Tio, Gramático, Chefe, Doutor, Professor, Andrade, Pau de Virar Tripas, Gordo, Ex-Gordo, Hernano, Hermano, Herlânder, Hermo, Hérnio, Irrenane, Renane, Ranano, Renamo, Ernesto, Aquele Senhor, Ó Senhor!, Doente da Cama 2, Próximo!, Nanes, Se'Nane, Belingue, Berlingue, Bilingue, Berlindes, Boelingue, Bolingue, Dillinger, Dilingue, Volkswagen. Eu prefiro que me chamem Simplício.
P.S. - Texto publicado originalmente no dia 29 de Outubro de 2018. Torno hoje a ele porque anteontem, num contacto telefónico com a NOS, recebi uma nova medalha: Galinhas. A simpática e diligente operadora chamava-me Sr. Galinhas, Sr. Hernâni Galinhas. Só para aí à terceira ou quarta vez é que eu percebi e desatei a rir, elogiando a agradecendo tão original rebaptismo. "Mas o senhor não me disse que se chama Hernâni Galinhas?", perguntou-me a menina-senhora, um bocadinho confusa e pareceu-me que também algo constrangida. "Doellinger, eu disse Doellinger", tentei explicar. "Hã?...", tarmamudeou a eficiente profissional, cada vez mais desbaratinada. "Silva, Hernâni Silva. Olhe, chame-me Simplício, simplesmente Simplício", resolvi eu enfim, e foi assim que nos entendemos.
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