Foto Hernâni Von Doellinger |
"Como são outros os tempos!...", desabafa Mr. Jennings, que somente abandonou o Porto para terminar os estudos em Inglaterra e para ajudar o seu país servindo na RAF (Força Aérea) durante a II Grande Guerra, no que foi secundado pela esposa, Lilan, que se alistou na WRAF. Ambos nascidos em Portugal, os seus três filhos e os nove netos estão todos em Inglaterra, trabalhando ou estudando.
Ainda existem ingleses de quarta e de quinta gerações estabelecidos no Porto, naturalmente cada vez menos. Mas agora, numa comunidade que ocupa na cidade o terceiro lugar em número, depois dos franceses e dos alemães, e com outros e diversificados negócios - ensino, bancos e seguros, têxteis e finalmente vinho do Porto -, são cada vez mais os que aqui chegam apenas para comissões de serviço de dois ou três anos ou os que, sem nunca cá terem estado antes regularmente, nos escolhem como parceiros de reforma.
É a educação dos filhos que faz com que, antes do desejado, muitos jovens casais ingleses regressem à pátria. Conta David Bain que são poucos os compatriotas que acreditam no ensino português e lhe confiam a descendência. E a Escola Inglesa do Porto - diz - pratica preços (cerca de 600 contos/ano por aluno) que fazem com que os pais que não desistem de cá ficar prefiram enviar as crianças, logo aos oito anos, para escolas internas inglesas. Foi o que ele próprio fez com os seus dois filhos.
P.S. - Sexta parte de um trabalho que escrevi para a edição de Junho de 1992 da revista Grande Reportagem, então dirigida por Miguel Sousa Tavares. Lembrei-me dele a propósito de uma recente reportagem do jornalista David Mandim no DN Life.
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