Vidro côncavo
Tenho sofrido poesia
como quem anda no mar.
Um enjoo.
Uma agonia.
Saber a sal.
Maresia.
Vidro côncavo a boiar.
Dói esta corda vibrante
A corda que o barco prende
à fria argola do cais
Se uma onda que a levante
vem logo outra que a distende.
Não tem descanso jamais.
"Movimento Perpétuo", António Gedeão
(António Gedeão nasceu no dia 24 de Novembro de 1906. Morreu em 1997.)
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