Para um amigo tenho sempre
Para um amigo tenho sempre um relógio
esquecido em qualquer fundo de algibeira.
Mas esse relógio não marca o tempo inútil.
São restos de tabaco e de ternura rápida.
É um arco-íris de sombra, quente e trémulo.
É um copo de vinho com o meu sangue e o sol.
"Viagem Através de Uma Nebulosa", António Ramos Rosa
(António Ramos Rosa nasceu no dia 17 de Outubro de 1924. Morreu no dia 23 de Setembro de 2013.)
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