quinta-feira, 6 de julho de 2017

Juvêncio Martins Costa

Na alvorada da vida, o sofrimento
Me punge o coração enternecido
E concentro no peito esvaecido
Os suspiros e ais do sentimento!

Bem como a flor votada a esquecimento,
Assim é meu amor constante e fido...
Ninguém perscruta meu penar sentido,
A cisma que me aflui ao pensamento!

Fenece a crença, me maltrata a lida
De um presente cruel, e a sorte odeio,
Detesto os sonhos da ilusão perdida!

E a esperança, que é luz, dela descreio!
Maldigo o meu porvir e, odiando a vida,

Na dor do coração a morte leio.

Juvêncio Martins Costa

(Juvêncio Martins Costa nasceu no dia 6 de Julho de 1850. Morreu em 1882.)

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