Prelúdio
Eu imagino uma mulher
que eu heide amar e me há de amar,
e que eu, esteja onde estiver,
a todo tempo, hei de encontrar.
À força já de imaginá-la
sinto-a real diante de mim:
vejo-lhe o riso, ouço-lhe a fala...
Já se viu caso extranho assim?
Constantemente eu imagino
a hora ditosa dela vir
e, entanto, o meu cruel destino
não ma fez inda descobrir.
Em quantas outras julguei dela
ver as feições e me enganei!
Nenhuma era tão meiga e bela
Como essa que eu imaginei!
Às vezes cuido vê-la andando
nas ruas, entre a multidão,
e vivo sempre me enganando
nessa dulcíssima ilusão.
"Poesias - do Amor, da Natureza, do Sonho, da Arte", José de Mesquita
(José de Mesquita nasceu no dia 10 de Março de 1892. Morreu em 1961.)
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