domingo, 1 de janeiro de 2017

Afonso Duarte 3

Vitral

Franzina, é como um choupo à luz da Lua;
É a noite escura o seu olhar de mágoa.
Uma ogiva os seus braços quando amua,
modelo foi dos cantarinhos de água.

Dizem os seios que a farão mãezinha:
oh, que linda menina casadoira!
São os seios da virgem donzelinha,
dois novelos saltando à dobadoira.


Seus lábios, duas pétalas de rosa;
abrem as rosas como a boca enlaça…
Em beijo a boca é uma flor ciosa.


Num lago a Lua: o seu andar embala;
são suas mãos às que eu imploro a graça,
seu corpo esguio, uma ânfora com fala.


Afonso Duarte

(Afonso Duarte nasceu no dia 1 de Janeiro de 1884. Morreu em 1958.

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