vela os contornos da paisagem queda
e as horas vão tecendo, uma após uma,
sobre o meu tédio um pálio gris de seda.
As flores que colhi morrem exalmas,
hastis dobrados nos bocais das jarras.
(É assim que morrem, pelas tardes calmas,
os poetas, os lírios e as cigarras...)
Flutua a solidão aqui em tomo
onde somente o pêndulo assinala
breve, monótono, insistente e somo,
a ausência dela nesta pobre sala.
(Mário Ypiranga Monteiro nasceu no dia 23 de Janeiro de 1909. Morreu em 2004.)
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