Cromo
Vem abrindo a alvorada a rósea umbela...
A formoso aldeão de amor suspira,
e ao meigo namorado um canto inspira,
no flóreo peitoril de uma janela...
Distante, pelo mar cor de safira,
traçando à tona d´agua uma aquarela,
gaivotas vêm seguindo um barco à vela...
Na serra, do marujo o canto expira...
E aqui e ali, na várzea romanesca,
salta o alegre rebanho; um cisne preto
ondula da corrente a veia fresca.
Traça ao longe um pintor este esboceto
e, a subir pela encosta pitoresca,
eu, descuidada, escrevo este soneto.
"Plectros", Ibrantina Cardona
(Ibrantina Cardona nasceu no dia 11 de Novembro de 1868. Morreu em 1956.)
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