2. O sebastianismo. Cuidado! Este é "um mito perigoso", na opinião do professor catedrático e historiador Francisco Ribeiro da Silva. "A expectativa messiânica de um rei (de um ser poderoso) vindo de fora do tempo e que resolverá os problemas do País pode levar à demissão e à desistência de lutar proactivamente pela resolução dos problemas, na esperança de que eles se acabão por resolver", justificava o reputado académico, num texto que publiquei na revista do jornal 24horas sobre "Os
10 maiores mitos da História de Portugal", em Março de 2007.
O Desejado ou Encoberto, o regresso de D. Sebastião, numa manhã de nevoeiro, para salvar a Nação do domínio espanhol de todos os tempos, "é uma ideia muito negativa para o País", alertava também Hélder Pacheco, escritor e historiador portuense. "Desde D. Sebastião que estamos sempre à espera do salvador, quando a salvação nacional está em nós, na nossa energia e no nosso esforço", acrescentava.
A lenda místico-secular cresceu em Portugal na segunda metade do século XVI: D. Sebastião morreu com apenas 24 anos, na Batalha de Alcácer-Quibir, mas o povo não quis acreditar. Virou os olhos para as costas de África e sentou-se à espera do rei morto que haveria de voltar vivo. Até hoje.
Sem comentários:
Enviar um comentário