Foto Hernâni Von Doellinger |
Um estudo coordenado pela Faculdade de Medicina de Lisboa e pago pela Direcção-Geral de Saúde determina o fim das excepções no
combate ao consumo de tabaco, apontando para a proibição de fumar à porta de cafés, bares, discotecas e restaurantes.
Quem sou eu para pôr em causa os fundamentos científicos e a sensatez das conclusões da maior investigação realizada em Portugal sobre o impacto da chamada lei do tabaco no sector da restauração e similares? Afinal, eu sou aquele que, pelos nove-dez anos, ia fumar para trás do Jardim do Calvário, o sítio de Fafe onde se faziam as coisas feias, e não me queixava dessa segregação auto-imposta. Também não me queixava porque não era eu quem pagava o meio maço de Definitivos que ali queimávamos num instante, antes que alguém nos visse. Depois ia-me confessar. Porque Deus vê tudo e fumar era um pecado muito grande, um dos maiores logo a seguir à punheta.
Não fiquei com o vício. Do cigarro, quero dizer. E sei e sinto que os restaurantes estão muito melhores desde que proibiram a entrada ao fumo. Até a comida é mais saborosa. Mas incomoda-me solenemente todo o tipo de fundamentalismo. O fundamentalismo que nunca pára e que, neste caso, já leva o restaurante até ao outro lado da rua, onde se calhar há outro restaurante, o que lhe dá pé para criar na cidade enormes "zonas livres de tabaco". Por este andar, os fumadores, adultos e pais de família, acabarão por ser corridos para os sítios onde se fazem as coisas feias. Se se quiserem agarrar ao SG Ventil sem irem presos, lá terão que marcar encontro no Monsanto ou no Parque Eduardo VII, sendo da capital, ou nos arredores do Parque da Cidade ou da Câmara do Porto, se forem cá de cima. No resto do País, cada um que se amanhe na quelha mais próxima. Mas depois todos têm de se ir confessar.
Quem sou eu para pôr em causa os fundamentos científicos e a sensatez das conclusões da maior investigação realizada em Portugal sobre o impacto da chamada lei do tabaco no sector da restauração e similares? Afinal, eu sou aquele que, pelos nove-dez anos, ia fumar para trás do Jardim do Calvário, o sítio de Fafe onde se faziam as coisas feias, e não me queixava dessa segregação auto-imposta. Também não me queixava porque não era eu quem pagava o meio maço de Definitivos que ali queimávamos num instante, antes que alguém nos visse. Depois ia-me confessar. Porque Deus vê tudo e fumar era um pecado muito grande, um dos maiores logo a seguir à punheta.
Não fiquei com o vício. Do cigarro, quero dizer. E sei e sinto que os restaurantes estão muito melhores desde que proibiram a entrada ao fumo. Até a comida é mais saborosa. Mas incomoda-me solenemente todo o tipo de fundamentalismo. O fundamentalismo que nunca pára e que, neste caso, já leva o restaurante até ao outro lado da rua, onde se calhar há outro restaurante, o que lhe dá pé para criar na cidade enormes "zonas livres de tabaco". Por este andar, os fumadores, adultos e pais de família, acabarão por ser corridos para os sítios onde se fazem as coisas feias. Se se quiserem agarrar ao SG Ventil sem irem presos, lá terão que marcar encontro no Monsanto ou no Parque Eduardo VII, sendo da capital, ou nos arredores do Parque da Cidade ou da Câmara do Porto, se forem cá de cima. No resto do País, cada um que se amanhe na quelha mais próxima. Mas depois todos têm de se ir confessar.
Convenhamos, digo eu, que sabe bem - a ordem dos factores é arbitrária - um cigarro a seguir a uma punheta... de bacalhau.
ResponderEliminarUma punheta de bacalhau só com cebola e sem bacalhau. Não há dinheiro para mais.
ResponderEliminarObrigado, caro Orlando Castro, pela visita e pelo comentário.
"Definitivos" sff. Também havia "Provisórios"...
ResponderEliminarMuito obrigado, caro Anónimo, pela visita, pelo comentário e pela atenta correcção à gralha. Para além dos Definitivos, havia, de facto, também os Provisórios, naqueles molhinhos muito pândegos, e ainda os três vintes, se bem me lembro. Passei por eles todos a fazer-me de homem e eram uma boa merda.
ResponderEliminarCaros fumadores
ResponderEliminarComo sugere o Hernâni, vão pecar (fumar) para as quelhas mais escuras da cidade, se faz favor.
E já agora, mais um pecadinho não tem mal nenhum, façam também uma punheta.
Mas por amor de deus, não se confessem a seguir, não vá o raio do padre perguntar-vos, coisas do género: "foi só hoje, ou já é um hábito, quantas fazes por dia...etc. etc."
Gaspar de Jesus
Obrigado, caro Gaspar de Jesus, pela visita e pelo comentário.
ResponderEliminarAinda o pior é queao chegar á quelha pode encontar quem nos "foda" os cigarros e o dinheiro para a punheta. E assim la se vão os consolos!
ResponderEliminarAbraço Miguel
Esse cenário, caro Miguel, dava pano para mangas...
ResponderEliminarObrigado pela visita e pelo comentário.