Para desenfastiar da pandemia, Espanha mobilizou-se em peso na caça a um perigoso crocodilo-do-nilo que, segundo testemunhas, infestava o rio Douro na região de Valadolide. Foi-se a ver e o crocodilo facínora poderá ser, dizem os espertos do costume, uma pacífica lontra. Não se acreditem, meus amigos: isto é areia atirada aos nossos olhos. Protejam-se do crocodilo. Dos crocodilos. Porque eles andam por aí. E por aqui.
Não vamos mais longe. Nem é preciso atravessar a fronteira. Fafe, por exemplo: o bucólico Jardim do Calvário, cujo lago de bolso, para além de cisnes ou pelo menos patos, já teve barcos ou pelo menos barco, houve uma altura, cuidado, em que tinha também crocodilos. Os crocodilos faziam um barulho medonho à noite e não deixavam descansar o Mecas, que morava ali ao lado, em casa do padrinho, se bem me lembro. O Mecas ia depois para a fábrica (a Fábrica do Ferro, evidentemente) e, embora fosse por natureza um trabalhador exemplar, passava o dia inteiro a dormir lá em cima dos fardos de algodão exactamente por causa dos crocodilos - conforme ele explicava aos chefes e patrões quando o apanhavam, que era todos os dias. Perguntem aos mais antigos, a ver se eu estou a mentir...
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