Seis horas da manhã.
No céu
anda um silêncio azul-violeta.
Aqui,
ali,
além,
um motor a roncar
aquece.
Os pardais dão bicadas no silêncio
num tom mordente,
alegre,
impertinente.
E sentado na beira do passeio,
um operário aguarda,
pensa
e esquece.
(Cuidado!
Como ele não aprendeu boas maneiras
e não pode comer o que precisa,
é capaz de tornar-se perigoso.
Pelo menos parece).
[...]
"Cidade", Cochat Osório
(Cochat Osório nasceu no dia 15 de Junho de 1917. Morreu em 2002.)
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