Cantata de amor
Os segadores chegaram, manhã cedo
E ceifaram todo o trigal maduro, louro
de sol,
Aljofrado, ainda, de pérolas de orvalho.
As calhandras, assustadas, soltaram o
seu canto forte
Como trombetas de prata anunciando a
vinda do Rei...
Os vindimadores vieram com cestos de
feno,
Cheirando a frumento seco e colheram
Os cachos vermelhos, polpudos e doces
como bagas de mel.
No campo vazio e triste, só ficaram
espigas murchas.
Pendendo das hastes frágeis...
No vinhedo só ficaram as gavinhas
retorcidas
como gestos de desespero e os frutos
podres por terra
Depois da colheita farta e bela
O Senhor da vindima veio medir os
alqueires.
Todos se reuniram para a grande festa:
E houve danças a passos leves,
Ao som de frautas, como tarantelas de
plumas,
Madrigais alegres, romanceados,
Cantos bizarros.
"Plenitude", Moisés Lindoso
(Moisés Lindoso nasceu no dia 8 de Março de 1922. Morreu em 2008.)
Sem comentários:
Enviar um comentário