A rapariga começou a chorar. Como se chovesse em terreno seco, assim as lágrimas caíram nos olhos calcinados da frágil criatura. O doutor ficou deslumbrado... Nunca tinha visto chorar uma mulher. Ficou surpreendido com o fulgor dos olhos verdes da moça quando os viu mergulhados na enchente de lágrimas. Talvez lhe passasse pela mente ilustrada uma visão do mar com algas alagadas. Plantou-se diante da moça extasiado. Aquilo não era uma mulher, senão a própria beleza que chorava.
"Contos Bárbaros", João de Araújo Correia
(João de Araújo Correia nasceu no dia 1 de Janeiro de 1899. Morreu em 1985.)
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