Crepúsculo
No túmulo do ocaso iluminado,
 Como nau afundando em tírio porto,
 O dia tomba, triste, abandonado,
 Nostálgico de luz e de conforto.
Hora em que o coração, genuflexado
 Ante a visão feral do desconforto,
 Vê desfilar das sombras o Passado,
 Aos merencórios raios do sol morto.
Hora de dor, profunda de saudade,
 Feita de lágrima e de prece ungida,
 Soturna de velhice e mocidade!…
Como eu te sinto em mim, como eu te quero!
 És a imagem fiel da minha vida
 Que, apesar da desgraça, inda venero.
Júlio Perneta
(Júlio Perneta nasceu no dia 27 de Dezembro de 1869. Morreu em 1921.) 
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