sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Sosígenes Costa

Chuva de ouro 

As begônias estão chovendo ouro,
suspendidas dos galhos da oiticica.
O chão, de pólen, vai ficando louro
e o bosque inteiro redourado fica.


Dir-se-á que se dilui todo um tesouro.
Nunca a floresta amanheceu tão rica.
As begônias estão chovendo ouro,
penduradas nos galhos da oiticica.


Bando de abelhas através do pólen
zinindo num brilhante fervedouro,
as curvas asas transparentes bolem.


E, enquanto giram num bailado belo,
as begônias estão chovendo ouro.
Formosa apoteose do amarelo!


"Obra Poética", Sosígenes Costa

(Sosígenes Costa nasceu no dia 11 de Novembro de 1901. Morreu em 1968.)

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