segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Os gays, ou quando a Igreja não sabe ser mãe

Diz que vai por aí uma certa e determinada confusão a propósito de umas tais declarações da "psicóloga católica" Maria José Vilaça. A Psicologia Católica é uma especialidade clínica (suponho) que eu ignorava, mas não sou dos que negam à partida uma ciência que desconheço. Portanto...
Maria José Vilaça diz que disse à revista Família Cristã que ter um filho homossexual é como ter um filho toxicodependente. "Eu aceito o meu filho, amo-o se calhar até mais, porque sei que ele vive de uma forma que eu sei que não é natural e que o faz sofrer", diz que disse a senhora doutora. Quer-se dizer, ter um filho homossexual ou toxicodepente é o mesmo que ter um filho trolha que a mãezinha sempre soube que nasceu para ser presidente da república. Isto é, ter um filho homossexual, toxidependente ou trolha é praticamente como ter um filho propriamente dito...

Também não sabia dos homossexuais católicos, que certamente serão completamente diferentes dos homossexuais protestantes, dos homossexuais ortodoxos, dos homossexuais judeus, dos homossexuais budistas, dos homossexuais islâmicos, dos homossexuais agnósticos, dos homossexuais ateus, dos homossexuais bissextos e dos homossexuais apenas. Mas, palavra de honra, não quero saber o que é que objectivamente os diferencia...

Mas sei que, por exemplo, a Igreja Católica Apostólica Romana, que impõe o celibato aos seus funcionários de topo (de padres ao Papa) e lhes exige a castidade, desculpa-lhes o pinanço com mulheres, ainda que casadas, e varre para debaixo do tapete o abuso sobre rapazinhos, posto que inocentes. Os clérigos homossexuais que exigem os seus direitos também me fazem rir, porque não sei qual foi a parte que eles não perceberam quando, no acto da ordenação, perante família e testemunhas, se deitaram no chão aos pés do bispo e aceitaram e juraram desatarraxar a pila para todo o sempre, amém.
A ver se me explico: os padres católicos, enquanto a "Lei" for lamentavelmente assim, não podem reclamar direito a sexualidade de marca nenhuma - nem homo, nem hetero, nem bi, nem pan, nem tudo ao monte e fé em Deus, nem sequer à punheta, escusam de vir com paninhos quentes. Não há sexo para ninguém! Os padres não podem ser sexuais.
O lamentável, o triste, o nojo é que a Igreja instrumental, especialista circense em malabarismos hipócritas, cirrosada em pecado e vício até aos entrefolhos, continue a oprobrizar os seus filhos homossexuais que afinal nunca juraram a Deus castidade e que só querem ser felizes com quem escolheram e acreditando e vivendo em Jesus, tenham ou não cartão de católico em dia. Uma Igreja assim não é boa mãe...

Sem comentários:

Enviar um comentário