Exactamente ontem, o galego Xóan Vasquez Mão, secretário-geral do Eixo, teve a peregrina ideia de desafiar todos os espanhóis a passarem pelas nossas ex-scuts sem pagar portagens e sem medo de multas, dando a entender que o Governo português lhe prometeu que vai continuar a fechar os olhos a esse tipo de infracções quando praticadas por nuestros hermanos. E foi a partir daí que tudo se precipitou.
Numa corrida contra o tempo, uma intensa campanha publicitária está a ser preparada de ambos os lados da fronteira, para explicar às respectivas populações os exactos contornos desta inovadora operação de permuta. Foram imediatamente lançados dois slogans, embora o objectivo seja um só: para cima do rio Minho a campanha tem por título "Portugal é de rir", de Valença para baixo a campanha denomina-se "A Galiza é de graça".
Cá, os espanhóis têm à borla as auto-estradas que nós pagamos, mas lá, em contrapartida, os portugueses passarão a dispor de um interessante portefólio de fiados sem cobrança que inclui, entre outras notáveis instituições galegas, a Zara, o Corte Inglés, as bombas da Cepsa em Tui (logo a seguir à ponte velha), o Hostal de los Reyes Catolicos, o polbo á feira, o lacón con grelos, a empanada, os pementos de Padrón, o albariño e até missas de sétimo dia na Catedral de Santiago de Compostela.
É vestir, abastecer, dormir, comer, beber, rezar e vazar. Português não paga! É tudo para o tecto, para o calo. E, se houver galegos desinformados que não gostem, que vão receber ao Totta! Ou, então, que façam o favor de passar pelo posto de turismo mais próximo. Está tudo previsto no protocolo.
Mas atenção, portugueses: as portagens nas auto-estradas espanholas são para continuar a pagar. O contrário seria uma ilegalidade. E uma imoralidade.
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