O jogador de futebol Oscar Cardozo, que até tem cara de bom rapaz, quer ir trabalhar para a Turquia, porque os pornográficos 90 mil euros mensais que o Benfica lhe paga não chegam para a sopinha. "A minha idade está a avançar [o internacional paraguaio tem 28 anos] e aqui não estou a ganhar dinheiro", declarou o inesperado sem-abrigo a um jornal turco, a troco de umas moedinhas para meia de leite e um cruassã.
Cardozo tem todo o direito a desejar ir jogar para onde lhe der na real gana, quero lá saber!, já me incomoda é que ele goze com mais de metade dos assalariados portugueses, que trabalham que se desunham para receberem ao fim do mês o salário mínimo nacional: 485 euros.
Assim de repente, Cardozo recebe num mês mais de quinze anos de salários do trabalhador tipo português. E diz que aqui não está a ganhar dinheiro. Pois não. Está a ganhar uma indecência!
Cardozo não é o primeiro nem o único. Fernando, no FC Porto, e Yannick Djaló, do Sporting, são outros que tais, e há muitos mais antes deles. Pois que procurem uma vida melhor, mas que tenham tento na língua. Fazer pouco de quem é pobre é uma coisa muito feia.
O Benfica saiu entretanto com o inevitável comunicado, em nome de Cardozo, que está no estrangeiro (é sempre assim), negando que o jogador tenha feito semelhantes afirmações. Como se nós não soubéssemos como isto funciona...
Deixem de ver Futebol e a coisa resolve-se.
ResponderEliminarÂngela Jesus
Não me parece tão simples assim. Nós não somos lá muito bons a acertar os relógios para o protesto. Se fôssemos, se mostrássemos a nossa indignação todos na hora combinada, então não só o futebol deixaria de ser antro destas e doutras imoralidades, como, por exemplo, a Galp se veria obrigada a baixar o preço da gasolina e, quem sabe?, até tivéssemos direito a um governo, por uma vez, expurgado de mentecaptos. Mas não, nós somos cada um por si. A começar por mim.
ResponderEliminarObrigado, Ângela, pela sua visita e pelo comentário.
Será sempre bem-vinda.