Eu, que sou dos tempos áureos do Restaurador Olex, também usei a Couto durante mais de um quarto de século, julgo que inicialmente "receitada" pelo extraordinário Quinzinho da Farmácia, o "médico" dos pobres de Fafe, o melhor médico de família que Deus ao mundo botou, ainda os médicos de família não tinham sido inventados. Aquela coisa de ser "Medicinal" no nome do meio também me convencia, tenho de confessar. E só a larguei após sucessivas tentativas falhadas para fazer sequer mexer uma cadeira de plástico com os dentes e depois de ir ao dentista pela primeira vez na vida, aos 45 anos.
A Couto nasceu no Porto há 92 anos, quando não era natural um preto de cabeleira loira e um branco de carapinha. A fórmula da "Pasta Medicinal" foi registada a 13 de Junho de 1932 e prometia não só lavar os dentes, mas também protegê-los dos malefícios da sífilis e evitar as infecções das gengivas. Em 2001, por imposição das normas comunitárias relativas a este tipo de produtos, a marca foi obrigada a deixar cair a tão sedutora quanto conveniente designação de "Medicinal", passando a chamar-se simplesmente Pasta Dentífrica Couto. Até hoje.
Em 2012, o então principal accionista da empresa Couto, em Vila Nova de Gaia, anunciou que tinha dois pretendentes à compra da marca. Um da área da cosmética e outro do sector farmacêutico, ambos com intenções de "aumentar mais as vendas". O negócio deveria ser fechado até 2017. Não sei se foi. Mas também hoje em dia as cadeiras são muito mais leves...
P.S. - Exactamente. No dia 13 de Junho de 1932, faz hoje 92 anos, "Alberto Ferreira Couto e um amigo dentista registam no Porto a primeira fórmula da Pasta Medicinal Couto, desenvolvida para reduzir os casos de infeção gengival e limitar o fenómeno crescente da retração das gengivas", pode ler-se nas Efemérides Lusa.
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