segunda-feira, 4 de outubro de 2021

Manuel Pinho é um cómico

Era o ano de 2008. Manuel Pinho, o excelente e videirinho ministro da Economia e outros afazeres que se desgraçou por causa dos corninhos malandros exibidos na Assembleia da República, foi ao Estádio Nacional entregar a taça ao vencedor do Estoril Open em ténis. Que nessa edição foi Roger Federer, para que conste. E Pinho levou a vaia da ordem. É uma tradição do torneio: assobiar o vaidoso do Governo que lá vai fazer figura de urso. Mandaram-me ligar-lhe no dia seguinte, para saber como é que ele encaixou a humilhação. Davam-se sempre essas encomendas a caminho do impossível, falar com os cabeçudos. E eu, calhou, apanhei-o.
Mas qual humilhação? Manuel Pinho estava satisfeitíssimo da vida, ria-se, e explicou-me porquê: "Toda e gente me disse que, de longe, fui o ministro menos assobiado dos últimos anos"...
Consta agora que Manuel Pinho é, de longe, o ministro ou ex-ministro menos ouvido pela polícia e pelos juízes nos últimos anos. Porque ele não fala. Só faz gestos. É um mimo...

Moral da história: por outro lado, os assobios são como alguns pronomes - relativos. 

P.S. - Publicado originalmente no dia 4 de Dezembro de 2011.

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