sexta-feira, 23 de abril de 2021

Benito Barros 4

Antes de sermos sereno

[...]
Depois,
Seremos apenas relento.
Da imaginação estrumada de angústia
florescem esquisitices.

 "Ah, se a morte chegasse!
como a água da bica
- lentamente, suavemente -
a encher a cisterna."

Meu caro, não vês a cisterna meã?
 
"Ah, se morte viesse!
como os pingos da chuva
- abrupta, intermitente -
a molhar o telhado."
 
Meu caro, não vês o telhado húmido?
[...]

"Réquiem para o Infinito", Benito Barros 

(Benito Barros nasceu no dia 24 de Abril de 1957. Morreu em 2010.)

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