[Soneto do caralho decadente]
Com que mágoa o não digo! Eu nem te vejo,
Meu caralho infeliz! Tu, que algum dia
Na gaiteira amorosa filistria
Foste o regalo do meu pátrio Tejo!
Sem te importar o feminino pejo,
Traz a mimosa virgem, que fugia,
Ficando à terna, afadigada Armia,
Lhe pespegavas no coninho um beijo:
Hoje, canal de fétida remela,
O misantropo do país das bimbas,
Apenas olhas cândida donzela!
Deitado dos colhões sobre as tarimbas,
Só co'a memória em feminil canela
Às vezes pívia casual cachimbas.
Bocage
(Bocage nasceu no dia 15 de Setembro de 1765. Morreu em 1805.)
Sem comentários:
Enviar um comentário