Só
Como se nunca, 
 terrena e submissa, 
 recolhesse do amor 
 o fruto sazonado. 
 Como se os abraços 
 não fossem para 
 o homem e suas dores 
 acalanto e regaço 
 Como se não houvesse 
 riso e pranto 
 noite escura e dia 
 a canção e os mortos 
 Só. Como se o muro 
 surgisse inexplicável 
 e eu tivesse nascido 
 do outro lado. 
"Amálgama", Lara de Lemos 
(Lara de Lemos nasceu no dia 22 de Julho de 1923. Morreu em 2010.)
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