O dia de amanhã
"Nunca se sabe o dia de amanhã", dizia ele constantemente ao filho. E 
repetia e repetia e repetia. "Nunca se sabe o dia de amanhã". Cansado de
 ouvir o pai, o filho ofereceu-lhe um calendário.
Daltónicos Anónimos
Entrou, por engano, na reunião dos Daltónicos Anónimos. Compreende-se: estava um bocadinho turvo.
Motoristas de matérias perigosas, há-os
Condutores de autocarros das viagens de finalistas a Espanha e das 
claques de futebol em Portugal aderem à greve dos motoristas de matérias
 perigosas e exigem do Governo o reconhecimento da categoria 
profissional e salários mais dignos, pelo menos compatíveis com a 
responsabilidade que lhes cai em cima e o risco de vida que correm 
sobretudo aos fins-de-semana e antes que cheguem as eleições.
Última
 hora: Os motoristas dos autocarros da Resende, em Matosinhos, e os 
condutores de tractores agrícolas e os manobradores de empilhadores, em 
todo o país, ponderam entrar na luta.
Portugal à la minuta
"Somos menos e estamos mais velhos, casamos pouco e continuamos pobres" - este é, dizem os jornais,
 o "Retrato de Portugal" que a Pordata, base de dados estatísticos da 
Fundação Francisco Manuel dos Santos, fez questão de revelar hoje, Dia 
da População.
Fico sempre de pé atrás com esta coisa do "somos" 
sem me terem perguntado nada. Lembra-me a história do frango para dois 
que um comeu e o outro viu comer, e portanto, cientificamente, cada qual
 comeu metade.
Resolvi por isso esmiuçar, item por item, as 
grandes conclusões dos dados analisados, que reportam aos anos de 2007 a
 2018. E então: somos menos? Somos. O meu sogro morreu há coisa de 
quatro anos. Estamos mais velhos? Estamos, que remédio, à média de um 
ano por ano. Casamos pouco? Pois casamos, mas aí a culpa é minha, que só
 casei uma vez. Continuamos pobres? Cada vez mais, mas alegres, e seja 
por alma de quem lá têm. E a minha decisão é: ora aqui está um estudo 
que finalmente realmente.
Sem comentários:
Enviar um comentário