sexta-feira, 12 de julho de 2019

José Agrippino de Paula 2

As vitrinas e os bares estavam iluminados e a multidão transitava em todos os sentidos cercando os carros que se amontoavam ao lado dos outros. Estava frio e eu segurava Marilyn pelo ombro. Marilyn estava protegida por um casaco de lã e caminhava absorvida em si mesma olhando para o chão. Ela aprovava ternamente a atitude que eu tinha tomado em relação a ela; Marilyn Monroe repetiu que eu não era culpado, mas que o erro era dela de não ter sido como eu pretendia. Eu continuava segurando fortemente Marilyn pelo ombro como se pretendesse protegê-la e pretendesse me desculpar da minha atitude em relação a ela...
Eu e ela fomos encontrar Clark Gable, que nos esperava sob o Arco do Triunfo. Eu cumprimentei Clark Gable e nós saímos passeando os três, eu e Clark Gable abraçados a Marilyn. Marilyn Monroe caminhava silenciosa e infantil entre nós dois, e naquele instante eu senti uma grande ternura por ela e beijei sua boca. A ternura que eu sentia por Marilyn Monroe se transmitiu para Clark Gable, que sorriu grave e beijou Marilyn na face. Eu e Clark Gable nos sentíamos bem ao lado de Marilyn. Marilyn Monroe encontrou uma amiga e parou para conversar na frente da vitrina. Eu me introduzi na conversa falando com a amiga de Marilyn, enquanto procurava esconder com o corpo o índio brasileiro enfeitado de penas que estava nu exposto na vitrina. O enorme e mole pênis do índio caía até o joelho e eu não queria que Marilyn Monroe visse o tamanho do sexo do índio brasileiro...

"PanAmérica", José Agrippino de Paula 

(José Agrippino de Paula nasceu no dia 13 de Julho de 1937. Morreu em 2007.)

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