As vitrinas e os bares
estavam iluminados e a multidão transitava em todos os sentidos cercando os
carros que se amontoavam ao lado dos outros. Estava frio e eu segurava Marilyn
pelo ombro. Marilyn estava protegida por um casaco de lã e caminhava absorvida
em si mesma olhando para o chão. Ela aprovava ternamente a atitude que eu tinha
tomado em relação a ela; Marilyn Monroe repetiu que eu não era culpado, mas que
o erro era dela de não ter sido como eu pretendia. Eu continuava segurando
fortemente Marilyn pelo ombro como se pretendesse protegê-la e pretendesse me
desculpar da minha atitude em relação a ela...
Eu e ela fomos encontrar
Clark Gable, que nos esperava sob o Arco do Triunfo. Eu cumprimentei Clark
Gable e nós saímos passeando os três, eu e Clark Gable abraçados a Marilyn.
Marilyn Monroe caminhava silenciosa e infantil entre nós dois, e naquele
instante eu senti uma grande ternura por ela e beijei sua boca. A ternura que
eu sentia por Marilyn Monroe se transmitiu para Clark Gable, que sorriu grave e
beijou Marilyn na face. Eu e Clark Gable nos sentíamos bem ao lado de Marilyn.
Marilyn Monroe encontrou uma amiga e parou para conversar na frente da vitrina.
Eu me introduzi na conversa falando com a amiga de Marilyn, enquanto procurava
esconder com o corpo o índio brasileiro enfeitado de penas que estava nu exposto
na vitrina. O enorme e mole pênis do índio caía até o joelho e eu não queria
que Marilyn Monroe visse o tamanho do sexo do índio brasileiro...
"PanAmérica", José Agrippino de Paula
(José Agrippino de Paula nasceu no dia 13 de Julho de 1937. Morreu em 2007.)
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