quinta-feira, 18 de abril de 2019

Manuel Bandeira 7

O último poema

Assim eu quereria meu último poema
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.


"Libertinagem", Manuel Bandeira

(Manuel Bandeira nasceu no dia 19 de Abril de 1886. Morreu em 1968.)

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