Gosto daqueles filmes da moda que contam o fim do mundo, os diversos
modelos de fim do mundo, e a luta heróica dos sobreviventes. Catástrofes
de proporções apocalípticas, cenários dantescos, a estrada da morte,
o-drama-a-tragédia-o-horror. O planeta desaparece e, no seu regenerador
desaparecimento, traz à tona os melhores dos melhores de todos nós,
americanos por certo. O pai-herói, a mãe-coragem, o bebé-milagre, o
Sepúlveda-Taberneiro, de quem ninguém sabia há mais de quarenta anos,
desde que pôs os cornos à mulher no Sabugal e fugiu com a espanhola.
Para a América. Dão bons títulos nos jornais.
Estes filmes fazem-me acreditar na redenção da humanidade. Os
sobreviventes são a esperança num futuro melhor. Espera... - mas qual
futuro e quais sobreviventes? Se o mundo acabou, como é que há
sobreviventes?...
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