Foi o boto
Cabelos negros, lábios de pitanga
Ali no porto, busto desvestido...
Perto, apenas um boto emerge... A tanga
Cai, desvendando um triângulo incendiado.
E a cunhã nada, imita o boto, manga
Em mergulhos seguidos e este atraído
Aproxima-se e funga e mostra zanga,
Afastando-se como se fugido.
E sai dágua a cunhã com relutância...
No alvor, afugentada a escuridão
O mesmo banho e um rastro de fragrância...
Um dia, em vez do boto um rapagão
A cunhã encontrou e com tanta ânsia
Entregou-se em atroz fornicação!
Plínio Ramos Coelho
(Plínio Ramos Coelho nasceu no dia 21 de Fevereiro de 1920. Morreu em 2001.)
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