segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Luiz Bacellar 2

Soneto da caixa de fósforos

Minha cápsula de incêndios,
meu cofre de labaredas!
Meu pelotão de alva farda
e altas barretinas pretas:


se só num níquel quem vende-os
lhes aquilata o valor,
teus granadeiros da guarda
não se inflamam de pudor!


Fiat Lux do meu verso,
símbolo vivo do amor:
qualquer fricção te incendeia,


te arranca estrelas de dor,
minha gaveta de chamas
com sementes de calor.


"Frauta de Barro", Luiz Bacellar

(Luiz Bacellar nasceu no dia 4 de Setembro de 1928. Morreu em 2012.)

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