Iterum...
Há muito tempo já que eu vou perdendo
Os sonhos, um a um, pelo caminho:
- Sangue dum anho ingénuo, cor d'arminho,
De calvário em calvário perecendo...
No alto dum monte, a luz que eu ia vendo,
Diante de mim cantando como um ninho,
Fria beijou-me o rubro desalinho,
E atrás de mim no escuro foi descendo.
Hoje os olhos se voltam como preces
Para as memórias, em que há luas mortas,
E tu, morta, que morta não pareces!
Sobre esta alma de dívida e agonias
Caia a luz desses olhos, dessas portas
Onde esperam o sol as almas frias...
Tristão da Cunha
Há muito tempo já que eu vou perdendo
Os sonhos, um a um, pelo caminho:
- Sangue dum anho ingénuo, cor d'arminho,
De calvário em calvário perecendo...
No alto dum monte, a luz que eu ia vendo,
Diante de mim cantando como um ninho,
Fria beijou-me o rubro desalinho,
E atrás de mim no escuro foi descendo.
Hoje os olhos se voltam como preces
Para as memórias, em que há luas mortas,
E tu, morta, que morta não pareces!
Sobre esta alma de dívida e agonias
Caia a luz desses olhos, dessas portas
Onde esperam o sol as almas frias...
Tristão da Cunha
(Tristão da Cunha nasceu no dia 13 de Abril de 1878. Morreu em 1942.)
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