Febre
Por toda a parte rosas brancas vejo...
Rosas na fímbria loira dos altares,
Coroadas de amor e de desejo...
Rosas no céu e rosas nos pomares.
Uma roseira o mês de maio, aos pares
Surgem, da brisa tremulante arpejo,
Estrelas que recordam sobre os mares
Rosas envoltas num cerúleo beijo.
E quando Rosa, em cujo nome chora
Esta febre cruel que me devora
De si me fala em gargalhadas francas,
Muda-se em rosa a flor de meus martírios,
O som de sua voz, a luz dos círios...
O próprio azul desfaz-se em rosas brancas.
"Vibrações", Henrique Castriciano
(Henrique Castriciano nasceu no dia 15 de Março de 1874. Morreu em 1947.)
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