Unge-me de perfumes
"Gosto tanto de ti...", dizes. É pouco.
É das tuas mãos erguidas que eu preciso.
Vê bem, Amor: não é orgulho louco.
Para os outros eu sou apenas riso.
Unge-me de perfumes, minha amada,
Como certa Maria de Magdala,
Ungiu os pés d´Aquele cuja estrada
Só começou para além da vala.
Ama-me mais ainda, ó meu amor
Como aquela mulher ungiu o Cristo,
Unge o meu corpo todo, a minha dor...
Ela ungiu-o para o túmulo, para a Cruz.
Unge-me teu, para o Sol por quem existo:
Viver é ir morrendo a beijar luz.
É das tuas mãos erguidas que eu preciso.
Vê bem, Amor: não é orgulho louco.
Para os outros eu sou apenas riso.
Unge-me de perfumes, minha amada,
Como certa Maria de Magdala,
Ungiu os pés d´Aquele cuja estrada
Só começou para além da vala.
Ama-me mais ainda, ó meu amor
Como aquela mulher ungiu o Cristo,
Unge o meu corpo todo, a minha dor...
Ela ungiu-o para o túmulo, para a Cruz.
Unge-me teu, para o Sol por quem existo:
Viver é ir morrendo a beijar luz.
António Patrício
(António Patrício nasceu no dia 7 de Março de 1878. Morreu em 1930.)
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