Os seios
Quando a seiva da carne perfumosa
Protubera-se em conchas ofegantes,
Os seios da mulher são como errantes
Aves do céu com bicos cor-de-rosa.
Pomos com fibras de cetim, inconhos,
São, quando a virgem, de cerúlea estância
Rompe o casulo lirial da infância,
Para ser Clóris de um pomar de sonhos.
Mas, quando, oh nume da paixão, os mundos
Aos olhos frágeis dos mortais desvendas,
Cheios de amor, de sedução fecundos...
Eles qual fruto tentador das lendas,
São dois abismos santamente fundos,
Dois assassinos no grilhão das rendas.
Rodrigues de Carvalho
(Rodrigues de Carvalho nasceu no dia 18 de Dezembro de 1867. Morreu em 1936.)
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