Meu coração
Meu coração, este país tristonho,
Em que Deus periclita e o Inferno avança,
Tem as florestas negras do meu Sonho
E as cordilheiras verdes da Esperança.
Doira-o, às vezes, um clarão risonho:
- É a crença morta que ressurge, mansa...
Mas sobrevém o temporal tristonho
Da Dúvida cruel brandindo a lança.
Brilham, no céu, os astros em delírio.
No meu país, de onde fugiu a calma,
Brotam, chorando, as rosas do martírio.
Maldito coração, que Deus te açoite!
De que valem os sóis que tenho n’alma
Se existe em mim a maldição da Noite?
Meu coração, este país tristonho,
Em que Deus periclita e o Inferno avança,
Tem as florestas negras do meu Sonho
E as cordilheiras verdes da Esperança.
Doira-o, às vezes, um clarão risonho:
- É a crença morta que ressurge, mansa...
Mas sobrevém o temporal tristonho
Da Dúvida cruel brandindo a lança.
Brilham, no céu, os astros em delírio.
No meu país, de onde fugiu a calma,
Brotam, chorando, as rosas do martírio.
Maldito coração, que Deus te açoite!
De que valem os sóis que tenho n’alma
Se existe em mim a maldição da Noite?
"Dor", Félix Araújo
(Félix Araújo nasceu no dia 22 de Dezembro de 1922. Morreu em 1953.)
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