Vénus
Quando o seu corpo à flor das ondas veio,
guirlandado de espumas e sargaços,
de seduções a vaga encheu-lhe o seio
e, de traições, a sirte encheu-lhe os braços...
Por todo o mar houve um supremo anseio,
quase humano de beijos e abraços...
O sol, de luz e de calor mais cheio,
vibrou mais alto, nos azuis espaços!
Algas e espumas, sem querer, tecerem,
juntas, um berço de ideal cambraia
e o seu corpo de aurora receberam!
... Nunca o mar vira tão celeste flor...
Quando o seu corpo foi beijar a praia
a própria rocha estremeceu de amor!
Maranhão Sobrinho
(Maranhão Sobrinho nasceu no dia 20 de Dezembro de 1879. Morreu em 1915.)
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