Antropofagia
Mulher! ao ver-te nua, as formas opulentas
Mulher! ao ver-te nua, as formas opulentas
Indecisas luzindo à noite, sobre o leito,
Como um bando voraz de lúbricas jumentas,
Instintos canibais refervem-me no peito.
Como a besta feroz a dilatar as ventas
Mede por dar-lhe o bote ajeito,
Do meu fúlgido olhar às chispas odientas
Envolvo-te e, convulso, ao seio meu te estreito:
E ao longo de teu corpo elástico, onduloso,
Corpo de cascavel, elétrico, escamoso,
Em toda essa extensão pululam meus desejos,
Como um bando voraz de lúbricas jumentas,
Instintos canibais refervem-me no peito.
Como a besta feroz a dilatar as ventas
Mede por dar-lhe o bote ajeito,
Do meu fúlgido olhar às chispas odientas
Envolvo-te e, convulso, ao seio meu te estreito:
E ao longo de teu corpo elástico, onduloso,
Corpo de cascavel, elétrico, escamoso,
Em toda essa extensão pululam meus desejos,
Os átomos sutis, os vermes sensuais,
Cevando a seu talante as fomes bestiais
Nessas carnes febris, esplêndidos sobejos!
Carvalho Júnior
Cevando a seu talante as fomes bestiais
Nessas carnes febris, esplêndidos sobejos!
Carvalho Júnior
(Carvalho Júnior nasceu no dia 4 de Junho de 1859. Morreu em 1929.)
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