Ode a um cajueiro
Cajueiro,
cajueiro,
velho cajueiro em flor
que afundas tuas raízes
na frouxa terra cansada
onde vovô
te plantou.
Quando nasci
já eras velho,
e florescias na terra
onde vovô
descansou.
Todo janeiro
floresces.
Eu todo junho
envelheço.
Nosso destino é avesso,
mas igualmente tristonho:
tu não comes de teu fruto,
nem eu vivo de meu sonho.
Cajueiro,
cajueiro,
velho cajueiro em flor,
Nenhum de nós é feliz...
Vivemos presos à terra
em que vovô
nos plantou:
tu preso pela raiz,
eu preso por meu amor,
cajueiro,
ó cajueiro,
velho cajueiro em flor.
Cajueiro,
cajueiro,
velho cajueiro em flor
que afundas tuas raízes
na frouxa terra cansada
onde vovô
te plantou.
Quando nasci
já eras velho,
e florescias na terra
onde vovô
descansou.
Todo janeiro
floresces.
Eu todo junho
envelheço.
Nosso destino é avesso,
mas igualmente tristonho:
tu não comes de teu fruto,
nem eu vivo de meu sonho.
Cajueiro,
cajueiro,
velho cajueiro em flor,
Nenhum de nós é feliz...
Vivemos presos à terra
em que vovô
nos plantou:
tu preso pela raiz,
eu preso por meu amor,
cajueiro,
ó cajueiro,
velho cajueiro em flor.
"Exílio em Casa", Abelardo Romero
(Abelardo Romero nasceu no dia 13 de Abril de 1907. Morreu em 1979.)
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