5. A perda da independência em 1580. Andamos nós com uma osga desgraçada aqui aos vizinhos do lado (já andámos mais, segundo parece...) e afinal sem razão nenhuma. A "opressão filipina" é uma aldrabice e o "domínio espanhol" também não lhe fica atrás.
O historiador e professor catedrático António Manuel Hespanha explicou-me aqui há uns anos que, apesar de todas as aparências, "Portugal conservou a sua independência em 1580, mediante um pacto celebrado, em Tomar, com o pretendente ao trono que melhores créditos jurídicos parece ter apresentado". Exactamente o nosso primeiro Filipe.
"Os duques de Bragança aceitaram e juraram o novo rei, tendo sido o pacto largamente inspirado num projecto português do século anterior", curiosamente prevenindo "o caso de a coroa de Espanha vir a recair na cabeça do filho de D. Manuel I", fazia notar o respeitado investigador.
E a verdade é que, tirando o consulado do conde-duque de Olivares - que tinha uma visão política centralista, à moda do seu contemporâneo cardeal Richelieu -, até parece que o pacto funcionou bem. Tanto assim que outro especialista, o também professor catedrático e historiador Francisco Ribeiro da Silva, considerava que "a visão catastrofista e derrotista do governo dos Filipes em Portugal entre 1580 e 1640 é um mito injusto", recusando classificar estes 60 anos como "período de afundamento" do nosso país.
E olé!...
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