quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Mário Pederneiras

Eterna

Intérmino que fosse o caminho da vida
E eterno o caminhar do nosso passo incerto,
Fosse na estrada larga ou fosse no deserto,
Sem lar, sem pão, sem paz, sem sol e sem guarida;

Intérmina que fosse a estrada percorrida
Sob o céu todo azul ou de nuvens coberto
E o repouso fatal nunca estivesse perto
E a distância final nunca fosse vencida;

E vencendo ao caminho as urzes e os escolhos,
As lutas, o pavor, o cansaço do dia,
A fraqueza do passo, a tristeza dos olhos;

Meu pobre coração nessa eterna ansiedade,
Nesse eterno sofrer, eterno arrastaria
Esta triste, esta longa, esta eterna saudade.

Mário Pederneiras

(Mário Pederneiras nasceu no dia 2 de Novembro de 1867. Morreu em 1915.)

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