Já não há Matateu, não há Eusébio, não há Jordão, não há Fernando Gomes, não há Manuel Fernandes, nem sequer Rui Águas, tão-pouco Pauleta. Para pontas-de-lança (assim se chamavam na Idade Média, antes de o futebol ter sido inventado pelo Luís Freitas Lobo), a Selecção Nacional tem o Hélder Postiga, o Hugo Almeida e o Éder, e os três juntos são quase tão perigosos como eu, que me travava na perna esquerda quando queria chutar com a direita. Para que me vejam melhor, em rigor eu era o Éder como o Éder é.
O Postiga, o Almeida e o Ederzito vê-se logo que são boas pessoas, e eu também, mas nem por isso sou chamado à Selecção Nacional.
Fernando Santos - que, apesar daquela cara de mal dormido, é outro que não desfazendo - queria para o jogo contra a poderosíssima Arménia "três gajos na área e um a centrar". Ora bem: o gajo para centrar apareceu, aparece sempre - é o renascido Quaresma, embora transfigurado a contragosto numa espécie de Juary da Selecção Nacional. Dos outros três é que ninguém sabe por onde andam nem o que fazem. Valeu-nos o Cristiano Ronaldo, que evidentemente não é deste filme, e na terça-feira com a Argentina até foi preciso ir lá um defesa-esquerdo baixinho marcar golo de cabeça. De gajos de área estamos portanto bem servidos.
«De gajos de área, estamos bem servidos», diz você. E estamos, digo eu. Pelo menos, os «gajos de área» não estorvam quem marca os golos. Condescendamos: nem tudo é mau...
ResponderEliminarQuer-se dizer: cumprem por omissão. Abraço.
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