Ora cá está o exemplo de poupança de que o País carecia. Os dois blindados comprados para a PSP por ocasião da Cimeira da NATO, em Novembro do ano passado, e que custaram, cada um, 170 mil euros mais IVA, foram usados apenas três vezes, e nem foram propriamente usados, apenas mostrados: saíram à rua para meterem medo, e aparentemente resultou.
Vejam bem o dinheiro que se poupou durante este ano inteiro, tirando o aluguer da garagem e a cera para puxar o lustro às viaturas. De resto, nem pneus, nem combustível, nem bateria, nem pedais de travão e embraiagem foram gastos. Até os piscas só se acenderam uma vez e foi pelo Natal. Está tudo praticamente novo. Se colarem nos dois BR6 de 350 cavalos uma folha A4 com o número do telemóvel do ministro da Administração Interna e os colocarem na borda da auto-estrada à entrada de Lisboa, não hão-de faltar compradores. Os portugueses gostam de carros assim, espampanantes e caros.
Por outro lado, a miserável folha de serviço dos blindados demonstra, para quem ainda duvidava, que somos realmente o povo mais pacífico do mundo. Protestamos, mas só da boca para fora. O que até levou António Ramos, presidente do Sindicato dos Profissionais da Polícia, a afirmar agora que a compra dos dois castelos ambulantes "não era necessária" e que, "se calhar, tendo em
conta as dificuldades financeiras da polícia e do País, era de evitar".
Pois. Foi o que disse o outro quando passou um Inverno de ponta a ponta sem um único incêndio no monte: - Fechem-se de vez os bombeiros! Para que é que são precisos?...
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