quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A "táctica Paulo Futre"

Jogada de mestre, ontem, a de António José Seguro. Farto de falar para o boneco, cansado de ser ignorado pelo País em geral e pelos portugueses em particular, o líder do PS resolveu finalmente deitar mão à arma que tem mais ao pé para ultrapassar a sua congénita invisibilidade: convocar uma conferência de imprensa e fazer figura de urso. Concentradíssimo no seu discurso, com papel e tudo, Seguro conseguiu embrulhar-se brilhantemente em gafes e contradições, umas atrás das outras, inaugurando em Portugal o uso da versão política da já famosa "táctica Paulo Futre". O resultado da esperta iniciativa? Um sucesso! Hoje não se fala de outra coisa.
Aparentemente de língua enrodilhada, António José Seguro "acusou" o Governo de Passos Coelho de total ausência de insensibilidade social e de exigir sacrifícios a quem mais tem e a quem mais ganha. Quê? Não faz sentido? Faz, sim senhor: estas é-assim-mas-ao-contrário são artimanhas que Seguro astutamente engendrou para focar as pessoas na proposta socialista, que lá meteu pelo meio, de uma taxa extra de 3,5 por cento sobre as empresas com lucros anuais acima dos dois milhões de euros.
É de génio! Quem assim mete os pés pelas mãos só pode ser de propósito. Não descortino razões sólidas para pensar de outra maneira. Só se forem razões líquidas. E então o melhor é o PS mudar as suas conferências de imprensa para de manhã.

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