segunda-feira, 19 de julho de 2021
A arte do sarapint
Era um extraordinário ciclista e não
fazia caso à gramática. Dizia que gostava de correr "isolado, sozinho,
sem mais ninguém", porque depois, na meta, "cada cal é cada cal e cada
um sarapinta como pode". Venceu uma Volta a Portugal e era do meu FC
Porto e das minhas memórias. Carlos Carvalho. Tive o privilégio de
conhecê-lo pessoalmente anos mais tarde, eu moço, ele já reformado do pelotão mas
não das bicicletas. E então o meu gigante das estradas era aquele
homenzinho? Aquilo é que era o colosso de rodas? Era. E fiquei a
admirá-lo ainda mais, como quem admira um deus de impossíveis.
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