sábado, 1 de fevereiro de 2020

Com colchões Lusospuma não se dá só uma

Leve cinco e pague seis
Era comprador compulsivo e fanático por promoções. Um crente da publicidade. Um relâmpago que entrava, escolhia, pagava e saía das grandes, pequenas e remediadas superfícies num abrir e fechar de olhos das câmaras de vigilância, que realmente nunca o viram. Acreditava que 13,99 são treze e não catorze. Se lhe aparecesse à frente "Leve cinco e pague seis", letreiro jeitoso em vermelho e amarelo, ele aproveitava logo...

O anúncio mais estúpido do mundo é... da CUF
"Ainda não nos conhecemos pessoalmente, mas conheço muito bem a sua hérnia do hiato", diz o figurante que faz de médico ao figurante que faz de "Sr. Antunes de Lisboa que entra na CUF de Viseu depois de uma almoçarada"...

O bem-estar não escolhe idades (anúncio)
Pilates para idosos e Herodos para crianças. Anás para Caifás e Caifás para Anás. Pagamento à vista. Trinta dinheiros.

Palavras para quê? É um artista português...
Esqueçamos, por momentos, Bruno Fernandes. E Joacine Katar Moreira. (Por falar nessa, a que horas é que ela dá hoje?) Puxemos à memória aquele célebre anúncio da televisão a preto e branco com um homem (africano do Império, por sinal) a abocanhar uma cadeira e a fazê-la andar à roda acima da cabeça. Aquilo é que eram dentes fortes, gengivas sãs, boca saudável. E tudo porquê? Porque o artista era um artista português e usava Pasta Medicinal Couto.
Eu, que sou dos tempos áureos do Restaurador Olex, também usei a Couto durante mais de um quarto de século, julgo que inicialmente "receitada" pelo Quinzinho da Farmácia, o "médico" dos pobres de Fafe, o melhor médico de família que Deus ao mundo botou, ainda os médicos de família não tinham sido inventados. Aquela coisa de ser "Medicinal" no nome do meio também me convencia, tenho de confessar. E só a larguei após sucessivas tentativas falhadas para fazer sequer mexer uma cadeira de plástico com os dentes e depois de ir ao dentista pela primeira vez na vida, aos 45 anos.
A Couto nasceu no Porto há cem anos, quando não era natural um preto de cabeleira loira e um branco de carapinha. A fórmula da "Pasta Medicinal" foi registada a 13 de Junho de 1932 e prometia não só lavar os dentes, mas também protegê-los dos malefícios da sífilis e evitar as infecções das gengivas. Em 2001, por imposição das normas comunitárias relativas a este tipo de produtos, a marca foi obrigada a deixar cair a tão sedutora quanto conveniente designação de "Medicinal", passando a chamar-se simplesmente Pasta Dentífrica Couto. Até hoje.
Em 2012, o então principal accionista da empresa Couto, em Vila Nova de Gaia, anunciou que tinha dois pretendentes à compra da marca. Um da área da cosmética e outro do sector farmacêutico, ambos com intenções de "aumentar mais as vendas". O negócio deveria ser fechado até 2017. Não sei de foi. Mas também hoje em dia as cadeiras são muito mais leves...

Vademetro!
Disseram-lhe - Vá de metro, Satanás! E ele foi. Saiu na estação do Bolhão e apanhou o 401 para São Roque.  

Praieiro
Há bar e mar. A areia é para as senhoras.

P.S. - Hoje, 1 de Fevereiro, é Dia do Publicitário. Hoje e apenas hoje, porque amanhã é Dia Mundial das Zonas Húmidas. A frase publicitária do título, nesta ou em versões aproximadas, é atribuída a Alexandre O'Neill e terá sido proibida pela Censura.

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