Morna
As mesmas casas... as mesmas ruas...
O mesmo largo...
Só os rostos dos homens é que não são os mesmos
e, ébrios, os braços pendem, os homens tombam...
Som de violino escapando-se da casa térrea.
Cheiro a petróleo e a fumo.
Quêréna treme os dedos sobre as cordas,
Olhos vidrados berram por mais grog!
Titina sente-se frágil sob os braços de Armando.
A morna traz ao corpo a lassidão e o sonho,
Como a lua pondo sombras em coisas impossíveis...
"Poemas de Longe", António Nunes
(António Nunes nasceu no dia 9 de Dezembro de 1917. Morreu em 1951.)
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