[Por trás do poema] 
Por trás do poema
 não se respira
 Ventos se quebram
 rolam onde o chão trabalha
 um verde de outra cor
 Por trás do poema
 devemos estar mortos
 inoticiados
 Palavras emigram
 vão para o labor de espessas
 emoções
 Por trás do poema
 as chuvas se gastam
 gastam-se os vôos os frutos
 a alegria branca das praias
 O tempo inicia seus escombros
 por trás do poema
 Uma rua de estátuas
 cai sua cinza
 cai o seu nada
 de muitos séculos
 E um rio em si mesmo se afoga
 seca em suas areias
 a vontade de mar
 Não olheis nunca por trás do poema
 podem vossos olhos
 em sal tornar-se
"Lavoura Azul", José Chagas
(José Chagas nasceu no dia 29 de Outubro de 1924. Morreu em 2014.)
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