Nem comunista sou mais e não o sou há algum tempo. Soube um dia (e creio que isso ninguém me ensinou) que Deus era feito de capim, de leite e das bobagens que Kant escrevera sem uma certa humildade de superfície. Neste momento, porém, quero que Deus vá à merda. Vou me arrepender disso quando sentir dor de dentes novamente. Apesar da fome, da tontura e da ânsia de vômitos, sentado dentro de um cinema, compreendo que uma cultura estomacal é tiranizante e que antes de mais nada preciso fazer as pazes comigo mesmo e que isso só será possível através da confissão. Serei o meu próprio Deus: pecador e confessor, mas ainda não sei se me perdoarei. Preciso socorrer-me. Amar ou pegar. Agredir ou sorrir mas, antes de tudo, socorrer-me.
"O Acrobata Pede Desculpas e Cai", Fausto Wolff
(Fausto Wolff nasceu no dia 8 de Julho de 1940. Morreu no dia 5 de Setembro 2008.)
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